
Uma semana após o Japão emitir o alerta de gravidade da crise nuclear para o nível máximo – antes utilizado somente no desastre de Chernobyl – a discussão sobre a viabilidade ou não de continuar investindo nesse tipo de energia continua em pauta no Brasil e no mundo.
Vale lembrar que aqui as duas usinas existentes, localizadas em Angra dos Reis (RJ), são responsáveis por 2,5% de toda a demanda energética nacional. A construção de Angra 3, já está em andamento e outras quatro devem ser erguidas até 2030.
O Greenpeace enviou uma carta para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pedindo a suspensão do financiamento de R$6 bilhões para a construção da nova usina, alegando que o dinheiro que pertence aos brasileiros, está sendo utilizado numa obra que apresenta riscos à população.
Segundo a ONG, a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, admite que o lixo radioativo produzido em vinte anos de operação atômica até hoje não tem um descarte seguro. Além disso, Angra 2 funciona sem autorização definitiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (autarquia ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia) e com um plano de evacuação falho, se considerado que as maiores ameaças são os deslizamentos de terra – cada vez mais constantes na região – que podem, inclusive, bloquear as estradas.
Por outro lado, o presidente da CNEN, Odair Gonçalves, afirmou à agência de notícias IPS que “temos [no Brasil] muito urânio e essa é uma riqueza muito grande que tem de ser explorada, porque dá uma independência inclusive tecnológica muito importante.”
Há, ainda, ambientalistas favoráveis à manutenção das usinas atômicas, com o argumento de que estas não poluem como as termoelétricas, não inundam grandes áreas como as hidreléticas e a frequência com que ocorrem vazamentos é muito baixa.
De fato, é um assunto a ser debatido. O que você acha dessa fonte de energia?

