sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Código Florestal brasileiro deve ser reformulado?


     O projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), propõe a alteração de alguns pontos do Código Florestal vigente. O assunto está, há dois anos, em constante discussão pelo Congresso Nacional e gera polêmica na sociedade. A votação, que devia ocorrer nesta semana, foi adiada em 15 dias pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a pedido da ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira.
Algumas das mudanças propostas pela chamada “bancada ruralista” são:

  • Redução das Áreas de Preservação Permanente:
     A faixa mínima de proteção nas margens dos rios passaria de 30 para 15 metros de extensão, permitindo que cada estado possa definir seus próprios parâmetros. Ainda, encostas íngremes e topos de morros poderiam ser habitados. Com isso, aumenta-se o risco de enchentes e deslizamentos de terra.

      Com a justificativa de que uma lei não pode impor os mesmos parâmetros para todo o país, pois passa por cima das características locais e comete injustiças e que a recuperação das áreas de morros traria o caos à agricultura nacional, prejudicando sobretudo os pequenos agricultores e algumas culturas cultivadas em áreas de declive ou de várzea, como o arroz, café e maçã.


  • Fim da Reserva Legal e anistia para desmatadores
     Hoje, os produtores rurais têm a obrigação de preservar uma área de mata nativa dentro de suas propriedades; se ela tiver sido desmatada ilegalmente, tem de ser recomposta ou compensada. Com as alterações previstas, deixa de ser obrigatória a recuperação nos casos de desmatamento ilegal ocorridos até 2008. Além disso, as propriedades pequenas – de até 440 hectares – não precisariam manter a Reserva Legal e isso abriria uma brecha, possibilitando que médias e grandes propriedades sejam divididas no papel e, assim, dispensadas de ter qualquer área protegida.

     Argumentando que áreas que foram ocupadas historicamente, algumas vezes com ajuda do governo, ou quando era permitido não devem ser recuperadas, pois isso significaria uma imensa perda para a agricultura nacional e uma injustiça para muitos agricultores. Afirmando também que a Reserva Legal impede o desenvolvimento da Amazônia.

      O que gera preocupação de ambientalistas, cientistas e movimentos sociais, são os problemas que tais medidas, provavelmente acarretarão no futuro. Apenas com a redução das matas nas margens dos rios, uma área de florestas correspondente a 2 milhões de campos de futebol será desmatada, ou seja, aproximadamente 16,5 bilhões de m² – provocando, ainda, uma perda irreparável da biodiversidade, degradação do solo e poluição das águas.
      No dia 05 de abril, produtores se reuniram em frente ao Congresso para pressionar pela aprovação do projeto. Enquanto isso, a comunidade de mobilização online mundial, Avaaz, organiza uma petição contra o novo Código Florestal.


E você? O que acha sobre isso? Informe-se, reflita, opine!

4 comentários:

  1. Chega a ser ridículo que ainda tenhamos que discutir sobre isso em um tempo em que a consciência ambiental esteja tão em pauta.
    Pelos já "manjados" mil e um problemas que o homem vem causando à natureza é necessário aumentar as leis e os cuidados e não diminuí-los.

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  2. A APP (Área de Preservação permanente, nas margens dos rios já era de 15 metros, até o ano de 1.979 e com isso as cidades invadiras as margens dos rios o que acaba culminando em enchentes constantes e muitas pessoas desabrigadas além de um gasto absurdo de recursos do poder público para resolver os problemas causados por tal situação, será que estes exemplos não servem de parâmetros para que não sejam efetuadas essa e as demais alterações?

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  3. Falar em preservar é fácil, difécil é fazer isso.
    Eu acho importante que esse código seja aprovado para discriminalizar os produtores rurais.Se esse código não for aprovado, não vai ter cadeia para tanta gente (que o único crime é produzir alimentos.
    Não acho que devemos destruir tudo, mas precisamos viver!
    Obrigado
    Paulo

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  4. O poder do povo nao esta na decisao sobre essa ou aquela causa, mas sim na hora do voto. Eu mesmo vou escrever com carinho os nomes dos politicos envolvidos direta ou indiretamente e, para aqueles que forem muito radicais e/ou arbitrarios, NUNCA MAIS dou meu voto. Sou favoravel ao amplo dialogo e acredito que o codigo tenha que ser modernizado, visando Crescimento Sustentavel, Geracao de Cidadania, Preservacao Radical daquilo que nao pode ser degradado e recuperacao daquilo que esta degradado.

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