Não são raras as notícias sobre corrupção, desvios de verbas públicas, falta de decoro e, principalmente, políticas que vão de encontro com o interesse da população. Todavia, a participação política do povo brasileiro é rara, restringindo-se a pequenos grupos que são ignorados pela grande mídia (principalmente TV).
Na história do Brasil, fatos como a Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira mostram o descontentamento do povo com a política da época, contudo, nesses casos, a repressão por parte do poder público acabou com as ideias e a organização política desses pequenos grupos. 
Com o surgimento do Império em 1882, a participação política do brasileiro teve início. Por voto direto eram escolhidos os membros do Congresso e das Câmaras estaduais e municipais. Porém, só poderiam votar os homens brancos maiores de 21 anos e com uma determinada renda. Ou seja, o poder permanecia nas mãos da “aristocracia rural brasileira” (termo usado por Sérgio Buarque de Holanda no livro “Raízes do Brasil”, 1936).
Com a Proclamação da República, o voto deixa de ser censitários (por renda), mas passa a ser “de cabresto”, ou seja, imposto pelos grandes latifundiários, os “coronéis”. Ainda assim, os movimentos sociais continuam a serem duramente reprimidos, como, por exemplo, a Revolta de Canudos (1896-1897). Durante seu governo, Washington Luis afirmou: “no Brasil, luta social é caso de polícia”.
Na década de 1930, o voto torna-se de universal e obrigatório (com restrição aos analfabetos). Porém, pouco tempo depois, Getúlio Vargas instala o “Estado Novo”, proibindo eleições e articulando laços de interesse industriais com sindicatos. Durante sua ditadura, diversas pessoas e personalidades foram presas e exiladas por discordarem de sua política. 
Em 31 de março de 1964, militares brasileiros derrubam o populista João Goulart e formam um governo antidemocrático e anticomunista, com o objetivo positivista de manter a “ordem”. As vozes da população são, novamente, caladas, a imprensa passa a viver sob censura e os descontentes sob tortura.
No ano de 1984, o povo vai às ruas em busca de liberdade e do direito de votar para presidente. De imediato, a população é ignorada, mas em 1988 uma nova Constituição garante voto universal (sem restrições) e obrigatório. 
Em 1992, o povo brasileiro e os veículos de imprensa derrubam o presidente Fernando Collor de Mello. Desde então, são poucas as manifestações, as organizações e a participação política no Brasil. 
Por que o Brasil se calou? Discutiremos nossa participação na política brasileira aqui no Tome um Partido. Esperamos pelo seu comentário.
Bibliografia:- VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2005.
Bibliografia:- VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2005.
A meu ver a geração que nasceu durante ou logo depois a retomada da "democracia" basileira e que hoje está em universidades de todo o Brasil (locais que sempre foram palco para para revoltas políticas) não possuem a cultura de lutar por aquilo que acreditam. Não digo todos, mas a grande maioria está acomodada com a situação do país e pior, acredita que esta situação não lhe atinge diretamente.
ResponderExcluirFicamos acomodados, conforme o tempo, com nosso país - mas não "acomodados orgulhosos" como os americanos, e sim desgostosos que não acreditam em uma política limpa.
ResponderExcluirAlguma coisa se perdeu, em nós.
Olha, acho importante lembrar que em 1984 e em 1992, a mobilização popular só ocorreu após a manifestação de artistas e da mídia (Globo, Folha).
ResponderExcluirSem essa influência, seria possível esses eventos?
Primeiramente, parabéns pelo texto, Gustavo. Em segundo lugar, acredito que uma discussão fundamental que deveremos fazer neste blog é sobre o valor do voto perante nossa sociedade. É revoltante pensar que estamos sempre escolhendo o menos pior e nunca assumimos nosso descaso com a política do país.
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