
Começa hoje, dia 6 de maio, em todo o Brasil, a Campanha Nacional do Desarmamento. O massacre em Realengo ocorrido há um mês reacendeu uma discussão que não era colocada em pauta desde 2005, quando um Plebiscito questionou se armas de fogo e munição deveriam ser proibidos no Brasil. Na época, 63,9% dos eleitores responderam que não, mas há quem diga que a opinião pública pode ter mudado desde lá.
Os favoráveis a proibição dizem que a legalização facilita o uso de armas em crimes de caráter passional, geralmente por pessoas sem antecedentes criminais, como o assassino das doze crianças do colégio em Realengo. Além disso, pesquisas apontam que campanhas de desarmamento costumam diminuir o número de homicídios.
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, planeja uma campanha em que civis poderão entregar seu armamento para o Governo em troca de uma indenização em dinheiro.
Do outro lado da discussão, estão os que dizem que a proibição não é um bom negócio no Brasil. Alegam que a Segurança Pública é ainda muito precária e não protege o cidadão, obrigando a população a se armar e se defender sozinha de bandidos. Pode-se citar ainda o intenso tráfico de armas ilegais vindas das fronteiras do país que abastecem o crime diariamente. Estima-se que mais da metade do arsenal dentro do território nacional seja de origem ilegal.
Qual seria a melhor solução para essa questão? Deveria o Estado reforçar a Segurança Pública e as fronteiras do país para que não existisse a necessidade da população se munir? A proibição seria a solução ou o agravamento do problema da violência?
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Chegar em uma conclusão fácil para o assunto não é simples. Por mais que o armamento seja sempre uma ideia contraria daquilo que se propoem para um estado seguro, não se pode esquecer da desigualdade e das conseqüencias que esta traz. Quando penso na proibição, também penso na impossibilidade de um civil poder se defender de um bandido (já que eles, de qualquer forma, sempre acabam tenso acesso a compra de armas). Mas, na maioria dos crimes, não existe o uso de armas por parte da vítima e, em alguns casos, a vitima acaba sofrendo mais por ter reagido. Por isso, me posiciono a favor da proibição. Acredito que o civil pode ficar impossibilitado de comprar armas. Mas, sinceramente, depois do plebiscito de 2005, não conheci ninguém que quis comprar armas pra se defender. Entendo que os bandidos vão continuar tendo acesso ao comércio de armas, mas creio que essa proibição já seria uma forma de bloquear um determinado mercado. Mas também, acredito que o governo não deve concentrar todo seu esforço apenas em campanhas como esta. Pois isso é apenas um paliativo. As coisas são irão progredir, em relação a violência, quando o quadro for observado amplamente, com um viés nos quesitos de pobreza, desigualdade e principalmente tráfico de drogas!
ResponderExcluirNão adianta desarmar o povo e manter a polícia mal armada, e o acesso às armas por parte do crime organizado continuar fácil como é.
ResponderExcluirÉ necessário armar melhor a polícia, dar um salário digno à estes que deveriam ser sinais de segurança e confiança para a população e assim então, inibir e coibir o crime organizado.
Desarmar a população e manter os bandidos fortemente armados não adianta nada. Até por que quem comete os crimes e a grande maioria dos assassinatos não são a população e sim os marginais, que estão livres e muito bem armados.
O Estado deveria estar mais preocupado com o tráfico ilegal de armas (e drogas), ao invés de reprimir o direito da posse de armas aos cidadãos. Legalmente, não é simples e muito menos financeiramente acessível possuir uma arma legalizada - geralmente, são policiais, juízes, delegados e etc que possuem armas legais em casa. Para um civil comum, o processo é extenso e delicado.
ResponderExcluirO trafico de armas é fato, e vale lembrar que o assassino de Realengo não comprou armas legalmente - a fonte de armas para o massacre é a mesma para assaltos, sequestros, etc. Uma Campanha de Desarmamento não iria alterar em nada este fato - irá, somente, vulnerabilizar mais ainda o civil sem condições de defender-se. Lembro-me de um vídeo da câmara de segurança de uma banca de jornais onde um louco entrou com uma faca e degolou dois fregueses; em seguida, partiu para cima do dono da banca, que estava no caixa, e que levou alguns golpes no tórax, mas que após lutar corpo-a-corpo conseguiu pegar sua arma na gaveta e deu um tiro certeiro no cara, que caiu. Logo em seguida, vemos que ele faz uma ligação e corre socorres os dois feridos no chão. Quais seriam as chances de sobrevivênvia dos três civis se não houvesse a arma? E quantos outros não poderiam ter sido vítimas do louco, que estava armado com uma faca? Crimes brutais podem ser cometidos até mesmo sem armas de fogo, e os casos de homicídios passionais por parte de portadores de armas legais é são uma porcentagem muito, mas muito pequena do total de homicídios no país.
Reforço a idéia de que o Estado brasileiro está sempre mais preocupado com buracracias que jamais são colocadas em prática e servem apenas como lavagem de dinheiro público - todo o dinheiro jogado fora em campanhas de desarmamento (sendo que já é a segunda em menos de uma década) poderia ser usado para reforçar a segurança pública ou ser investido nos órgãos da polícia; o sensato seríamos viver em uma sociedade onde não se sentisse a necessidade do porte de armas por parte de ninguém, e não é com o governo de um país como o nosso, que investe todos os nossos absurdos impostos pagos das formas mais inadequadas, que nos sentiremos seguros a ponto de negligenciar nosso direito de defesa pessoal.
O povo brasileiro tem memória curta. Daqui a alguns anos ninguém mais lembra do que aconteceu em Realengo na hora de participar do plebiscito.Tudo é feito de forma errada, pois acredito que esse seria o melhor momento para uma questão tão importante ser discutida no nosso país, mas é mais legal mostrar o casamento real e comentar cada detalhe da roupa dos convidados. É isso aí Brasil!!!
ResponderExcluirCaros leitores,
ResponderExcluirTemos uma discussão muito interessante. Há um empate entre os comentários.
Mas, é importante discutirmos sobre qual base está calcada a decisão de realizar um novo plebscito (ou referendo, como foi o de 2005).
Há interesses demagógicos por trás dissso?
E por que discutir após uma tragédia? Seria uma maneira de conduzir a opinião publica para um consenso? Não há certa manipulação, João Vítor?
Ana Carolina e companheiro do Movimento Capivari, teria o governo interesse em ver a população civil desarmada?
O que sabemos é que a dicussão é difícil, mas famos fazê-la.
Obrigado
TOME UM PARTIDO!